capturada do Google imagens
Talvez vocês, homens e mulheres, acertadíssimos na vida,
bem intencionadíssimos, ainda não tenham compreendido o que passa às mulheres livres,
nós, essas mulheres que dão festas onde apenas elas são as convidadas e conseguem
se divertir, estando ou não sob efeito de álcool e outras químicas
extracorporais. Mulheres que choram, que cantam pra rua inteira ouvir, que
dirigem em alta velocidade com o vento no rosto, que camicazes se
jogam na vida, no trabalho, nas paixões, e quando estão enlutadas submergem
fuuuuuuuunnnnndo lá na dor, se limpando todinhas, esgotando qualquer
possibilidade de voltar atrás acorrentando-se a um trabalho castrador ou ressuscitando
amores com prazos vencidos. Mulheres que se restauram, renascem!
Vocês ainda não perceberam que extravasamos, não por
pirar, nem choramos por chorar nem por masoquismo. Vivemos um ritual sagrado de
entrega ao que precisa expandir-se até morrer, de fato, para nós. E que ao se
transformar também a nós transmuta. Embalamos a dor em letras de músicas e festejamos
isso no ritmo de todos os gêneros musicais. Dançamos nuas diante ou não das
fogueiras, mas viramos labaredas, incendiamos, levitamos, dilatamos e
contagiamos, e nos apaixonamos inumeravelmente pela imagem que refletimos no
espelho. Nossa virtude é a de sermos fieis as nossas vontades! Íntegras a nós
mesmas! Gozamos em infinito prazer para quem mais amamos. Isso! Nos amamos!
Somos mulheres sabidas de nossa importância, nossa
unicidade. Não ansiamos pódios. Não concorremos com a singularidade de alguma
outra mulher. Somos donas de nosso prazer. Qualquer que seja ele. Escolhemos a
posição que queremos assumir e o fazemos assertivamente. Você, que está junto,
pode até ficar por cima, mas sempre, sempre a proposição será nossa, dessa
mulher que estabelecerá o diálogo para se colocar onde estiver, por pura
convicção, consciência e escolha, sabida de estar nesse lugar. Nem por imposição
nem vaidade tola nem por disputa de
poder.
NÓS SOMOS UMA CATEGORIA DIFERENCIADA DE MULHERES, temos
milhares de estrelas. E o mérito disso é todo e exclusivamente nosso.
Nós assumimos e fincamos nossos pés no espaço
conquistado, não abrimos mão de nossa visibilidade. Resistimos à lógica do
apagamento social, da subserviência feminina que se declina às vontades
masculinas de toda ordem e dinamismo na vida – vontades masculinas também
impostas por mulheres! Somos mulheres encontradas conosco, com nossa
intimidade, com nossas vontades. Que respeitam suas iguais. Que não se enganam
com discurso de gente que desmerece a luta feminista responsável pela conquista
de todos os nossos direitos. E mulher da nossa categoria não é companhia para
qualquer pessoa, mas para as que nos percebem sem intencionar modificar a nossa
alma e natureza, liberta e alforriada desse feminino, produto inventado para
uma lógica de mercado pronta para nos domar.
Somos mulheres equilibradas, ajustadas com nossa
essência, nosso corpo, com nossas iguais, com nossos diferentes que respeitam
as mulheres que somos. Somos mulheres que cuidam de todos, que se perpetuam aos
montes nesse mundo-útero, o planeta terra em contração, sofrendo em dores de
parto, onde seus filhos são envenenados todos os dias com agrotóxicos, comem
lixo industrializado publicitado na televisão, em escala de produção quase que na
mesma proporção em que fabricam as doenças degenerativas, as que enriquecem a
política corrupta que sabe de tudo e nada faz porque pensa o domínio e sustenta-se
na ambição de nos roubar de nós mesmas, insistindo em nos fazer acreditar que
fazem o que fazem pelo nosso bem estar e, quando lhes questionamos, tentam nos
convencer que não teremos força para seguir.
Nós
somos uma categoria de mulher que não se dopa, não se compra e não se vende. Mulheres
que caminham longe das prateleiras desse imenso supermercado monitorado pelo
poder de consumo e de controle. Protegidas
do que se arma para nos abater, pela força criadora somos blindadas. Só
precisamos fazer saber a TODOS dessa nossa condição de liberdade onde SOMOS
PROTAGONISTAS e não coadjuvantes. Precisamos mostrar ao mundo que existimos,
apesar de tentarem nos desencorajar.
Nós
somos uma categoria de mulher, para muitos, sem categoria. Não ter categoria é
algo inventivo, novo e assustador!!! Para os outros... rs. porque eu me
conheço, me reconheço e me aceito por ser assim como sou e me inserir nessa
categoria.
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