domingo, julho 12, 2015

DESSA CATEGORIA DE MULHER QUE SOMOS


 
capturada do Google imagens

Talvez vocês, homens e mulheres, acertadíssimos na vida, bem intencionadíssimos, ainda não tenham compreendido o que passa às mulheres livres, nós, essas mulheres que dão festas onde apenas elas são as convidadas e conseguem se divertir, estando ou não sob efeito de álcool e outras químicas extracorporais. Mulheres que choram, que cantam pra rua inteira ouvir, que dirigem em alta velocidade com o vento no rosto, que camicazes se jogam na vida, no trabalho, nas paixões, e quando estão enlutadas submergem fuuuuuuuunnnnndo lá na dor, se limpando todinhas, esgotando qualquer possibilidade de voltar atrás acorrentando-se a um trabalho castrador ou ressuscitando amores com prazos vencidos. Mulheres que se restauram, renascem!

Vocês ainda não perceberam que extravasamos, não por pirar, nem choramos por chorar nem por masoquismo. Vivemos um ritual sagrado de entrega ao que precisa expandir-se até morrer, de fato, para nós. E que ao se transformar também a nós transmuta. Embalamos a dor em letras de músicas e festejamos isso no ritmo de todos os gêneros musicais. Dançamos nuas diante ou não das fogueiras, mas viramos labaredas, incendiamos, levitamos, dilatamos e contagiamos, e nos apaixonamos inumeravelmente pela imagem que refletimos no espelho. Nossa virtude é a de sermos fieis as nossas vontades! Íntegras a nós mesmas! Gozamos em infinito prazer para quem mais amamos. Isso! Nos amamos!

Somos mulheres sabidas de nossa importância, nossa unicidade. Não ansiamos pódios. Não concorremos com a singularidade de alguma outra mulher. Somos donas de nosso prazer. Qualquer que seja ele. Escolhemos a posição que queremos assumir e o fazemos assertivamente. Você, que está junto, pode até ficar por cima, mas sempre, sempre a proposição será nossa, dessa mulher que estabelecerá o diálogo para se colocar onde estiver, por pura convicção, consciência e escolha, sabida de estar nesse lugar. Nem por imposição nem vaidade tola  nem por disputa de poder.

NÓS SOMOS UMA CATEGORIA DIFERENCIADA DE MULHERES, temos milhares de estrelas. E o mérito disso é todo e exclusivamente nosso.

Nós assumimos e fincamos nossos pés no espaço conquistado, não abrimos mão de nossa visibilidade. Resistimos à lógica do apagamento social, da subserviência feminina que se declina às vontades masculinas de toda ordem e dinamismo na vida – vontades masculinas também impostas por mulheres! Somos mulheres encontradas conosco, com nossa intimidade, com nossas vontades. Que respeitam suas iguais. Que não se enganam com discurso de gente que desmerece a luta feminista responsável pela conquista de todos os nossos direitos. E mulher da nossa categoria não é companhia para qualquer pessoa, mas para as que nos percebem sem intencionar modificar a nossa alma e natureza, liberta e alforriada desse feminino, produto inventado para uma lógica de mercado pronta para nos domar.

Somos mulheres equilibradas, ajustadas com nossa essência, nosso corpo, com nossas iguais, com nossos diferentes que respeitam as mulheres que somos. Somos mulheres que cuidam de todos, que se perpetuam aos montes nesse mundo-útero, o planeta terra em contração, sofrendo em dores de parto, onde seus filhos são envenenados todos os dias com agrotóxicos, comem lixo industrializado publicitado na televisão, em escala de produção quase que na mesma proporção em que fabricam as doenças degenerativas, as que enriquecem a política corrupta que sabe de tudo e nada faz porque pensa o domínio e sustenta-se na ambição de nos roubar de nós mesmas, insistindo em nos fazer acreditar que fazem o que fazem pelo nosso bem estar e, quando lhes questionamos, tentam nos convencer que não teremos força para seguir.


Nós somos uma categoria de mulher que não se dopa, não se compra e não se vende. Mulheres que caminham longe das prateleiras desse imenso supermercado monitorado pelo poder de consumo e de controle.  Protegidas do que se arma para nos abater, pela força criadora somos blindadas. Só precisamos fazer saber a TODOS dessa nossa condição de liberdade onde SOMOS PROTAGONISTAS e não coadjuvantes. Precisamos mostrar ao mundo que existimos, apesar de tentarem nos desencorajar.

Nós somos uma categoria de mulher, para muitos, sem categoria. Não ter categoria é algo inventivo, novo e assustador!!! Para os outros... rs. porque eu me conheço, me reconheço e me aceito por ser assim como sou e me inserir nessa categoria.

 

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