Inopinado. Uma tarde programada.
Um dever a ser cumprido. Um projeto desenhado. Surgistes. Expus-me. Não te
expusestes. Sugeristes. Disse-me o cupido que me flechastes – não ele. Busquei
o livro. E a poesia me seduziu. O elo que a ti me ligou.
Li tuas construções. Arquiteturas
criteriosas. Compromisso embasado. Interesses em comuns. Diálogos embevecidos sem
trocar contigo ao menos um fonema.
Suspiros. Vinhos. Embriaguês de palavras. Fidelidade ao sentimento
pertencido. Coração agalopado nas tuas mais refinadas ideias. Desfrute de
sensações pela tua escrita provocadas.
O reencontro. A voz. Agora tão
mais penetrante que antes. O dizer-tudo num flagrante olhar antes curioso que descuidado.
O gozo nesse instante. A certeza da reciprocidade. A ausência da despedida. A
crueza da saudade. A angústia da incerteza nesse amálgama de
vontades. O entendimento inexplicável. O sentimento sem respaldo. O tempo desencontrado. O impalpável. Estupefata percebo a querência, em
ti, querida. Amor pela poesia não silenciado.
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