quarta-feira, agosto 19, 2009

LONGE DA ROTINA


19:30 de ontem. Durante a caminhada para casa faço a retrospectiva das últimas semanas. Avalio o que o médico acaba de me orientar. Acho que a vida começa a voltar ao eixo. Só então me dou por falta de um detalhe: estou há mais de duas semanas sem menstruar... Chego em casa. Recebo a notícia por mamãe de que a escola da minha filha irá fechar e quinta-feira os alunos serão transferidos para uma outra escola, sem que eu tivesse dado autorização para isso. Entro na internet. Converso com algumas pessoas, uma delas dá o ponto final do meu dia. Vou dormir.

4:30 acordo. Não há com o que sonhar. Pergunto-me por que não dormi apenas para descansar o corpo, simplesmente. Mas alguma coisa deveria existir em levantar-me e zumbizar pela casa... 6:00 volto a dormir. Tento organizar o dia, mentalmente, enquanto arrisco um cochilo até daqui a pouco. Começo a me angustiar. Mais uma falta no trabalho: Conselho Escolar. Ou vou à escola falar de coisas óbvias, que meu próprio Diário diz por mim, ou resolvo a escola de minha filha. Responsabilidades que não posso delegar a ninguém. Que dificuldade em ser uma só...
Uma mão grande e pesada me massageia os ombros. A sensação é de relaxamento. 7:00. É hora de levantar. Desperto do sonho. Uma pena.

Dedico o dia à procura de escola. Entre ligações e visitas encontro o que busco. Na escola arbitrária pego o material escolar de minha filha e no recebimento a estupefação: o kit higiene não havia identificação. Nada do que gravei com o nome da menina estava lá. Diante de meus olhos apenas um higienizador mal lavado, e uma escova de dente que nem sua era. A recepcionista ao pedir uma sacola à funcionária da escola para ajudar no transporte dos pertences, teve como resposta: "só se for sacola de lixo". O sangue subiu e desceu rapidamente, percorrendo-me todo o corpo. Me segurei.

Voltei para casa. Organizei os documentos. Já na nova escola, na consulta de Serviço de Proteção ao Crédito, meu nome registrado: débito com uma loja Magazine. Caraca! Arrume um fiador. Peço para mamãe enviar seus documentos por um parente. Mais de 2h depois a matrícula foi efetuada, com sucesso...

Passo direto de casa. Na lista da feira: banana, papel higiênico e material escolar. Compro a banana, lembro que falta lenço umedecido para a filha e reponho, mas não encontro o material escolar que necessito. Tiro extrato bancário, ligo para a agência, falo com a gerente; atravesso a rua. Encontro na loja de importados o material escolar. De quebra me presenteio com óculos de sol, um brilho labial e prendedores de cabelo.

No caminho de volta para casa lembro que me esqueci do papel higiênico. Desço um ponto antes, compro o papel, chego em casa. Compartilho com mamãe minha maratona, e minha vontade de chorar, depois de todo o dia agitado. Ela confessa que já passou muito por isso, de desejar chorar compulsivamente depois de um dia complicado e de ter resolvido o dia ao final dele... Preciso de um banho morno, de chuveiro.

Debaixo d'água construo o texto. Letra por letra pingam pelos buracos do chuveiro, prateadas. Penso: melhor do que um banho morno é menstruar.

Boa noite...

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