Que Deus me permita o pranto
O mais profundo e santo
Bento para que eu beba
Alimento de mim escorrido
Que essa dor a mim não cesse
Até que eu chore o tanto
Para lavar-me por dentro
De tudo que me tens trazido
Que eu me perdoe e me alegre
Por entregar meu ventre a ti
Pessoa que amei escondido
E pelo deserto em mim plantado
Nenhuma vida ter gerado
Do amor que me foi proibido
Que eu não me espante mais
Nem paralise, nem repare
Seu movimento de sempre ter partido.
04/3/15
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