AS POSSIBILIDADES ESCONDIDAS

 *Antônio Paulo Rezende

 

Não desenharia a imagem que avistei no único espelho,

nem conjugaria o verbo que não contém acasos e desesperos.

Há nos momentos inesperados da vida uma magia tardia,

algo que foi perdido num paraíso que existiu na memória.

Cada tempo carrega narrativas que não se acabam para sempre,

pois as histórias nunca pedem definições fixas e permanentes.

É no território dos poemas que os fundamentos firmam as possibilidades.

Não se encante com os devaneios das rupturas, há rostos que não se calam [com a dor

e as origens flutuam por espaços escondidos, com deuses alucinados e [ambiciosos.

Escreva os significados do silêncio e arraste a solidão para o vazio do [último quarto.

Antônio Paulo Rezende, natural de Recife, tem formação em Direito (UFPE), Mestrado em História (UNICAMP), Doutorado em História Social e pós Doutorado (USP) e experiência na área de História nos seguintes temas: história, cultura, imaginário, modernidade e memória. É professor da UFPE.
 

Mantém o blog A ASTÚCIA DE ULISSES onde, além de poemas, a poesia se faz presente em outras formas.