quarta-feira, novembro 09, 2011

NUTRIDA



A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.
A Literatura me alimenta. A Literatura me alimenta.

E dela nunca estou farta. E. dela. nunca. estou. farta. Presente estou. NUTRIDA.

***

" Num dado momento de minha viagem parei e sentei-me ao lado de uma amiga. Eu não recordo seu nome. Nem mesmo sequer de sua face. Mas sim, perfeitamente, da sensação de afeição àquela alma. Ela lembrava-me que eu não havia comido e eu respondia-lhe "Não tem problema. Alimento-me de luz." E após um suspiro profundo eu lastimava o porquê de termos de sair dali tão rápido. Um lugar tão bom. Desabafava minha vontade de ficar por lá mais tempo. E ela, docemente, descontraída, constatava "É, Márcia, é assim com a gente que vive nessas idas e vindas. Temos de nos acostumar a vivermos nesses mundos paralelos."

***

Nada do que tenho é meu. Nem mesmo minha pele. Essa veste que me cobre de empréstimo. As palavras me chegam, e escrevo, e não perco tempo, e sei que devo ter compromisso com elas e com o destino de onde vêm. Minha escuta às vezes fica distante, outras horas aproximada. Mas são as pontas dos dedos que me dizem mais que os ouvidos. Onde sou tocada. Será?
Estou nutrida. Tenho sido ungida. Uma energia me abastece, e volto a ficar insone para procriar. E o que tem a ver isso com Literatura? E o que tem a ver isso com a vida? Não basta abrir os olhos para ver. É preciso mergulhar fundo, dedicar tempo para enxergar. E respirar. Respirar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribuições