POESIA QUE FINDA

Fonte: Google

É domingo em Recife
14 de março no estado
Berço da poesia do Brasil
Onde o português
Bento Teixeira traçou
A primeira epopéia
Sob forte emoção
Em terras brasileiras

Uma família na Jaqueira
Bairro nobre, da zona norte
Reunida na cozinha
Ouve tiros seguidos da
Voz feminina que grita

"Matou meu pai!
Matou meu pai!"

E soam novos disparos
Entreolham-se os pais
E as crianças meninas...
O silêncio se estabelesse.

NA COLHERZINHA DE SORVETE

 

Ausente de seu velho canivete

que repousava ladeado à cama

falava de outras ferramentas

aplicadas às situações cotidianas

 

Com a labuta impregnada na linguagem

me olhou por trás, dizendo admirado  

da cavidade  entre a vagina e meu ânus

 

Bem no rêgo do períneo a cavinha

levemente arredondada lhe parece

ter sido feita na colherzinha de sorvete.

 

POEMA SEM DO(R)

ESTÁ ACONTECEN...
TODOS JUNTOS LUTAN...
DIREITOS PERDEN...
TEMPO ACELERAN...

ORIGINÁRIOS SUMIN...
AGRONEGÓCIO MATAN...
O PLANO HORREN...
GOVERNO EXECUTAN...

MULHERES MORREN...
FEMINICÍDIO AUMENTAN...
NEGRITUDE SOFREN...
O RACISMO REINAN...

AS PALAVRAS ENGOLIN...
O CHORO SUFOCAN...
VAMOS SOBREVIVEN...
E ASSIM RESPIRAN...

NÃO ANDE CORREN...
NÃO FALE GRITAN...
É PARA O PASSA...
QUE ESTÃO NOS LEVAN...

E SÓ RESISTIN...
E NÃO FRAQUEJAN...
QUE NA LUTA INSISTIN...
SEGUIMOS ENSINAN...