* AUGUSTO DE CAMPOS
* GREVE, Augusto de Campos(1962)
O Amor-amigo
em silêncio me fala
Do seu
segredo do momento
Desse medo
do trabalho árduo
De seu infindável sofrimento
Fala-me o
seu silêncio mais
Da constante
luta fracassada
Dos poetas
mal pagos derrotados
Pelos
artifícios sujos, midiáticos
Pede greve,
o poeta, machucado
Grita ele em
seu silêncio:
“Emudeçam a
poesia a esse tempo!”
Mas meu amado,
amigo, poeta
Como
desprezar o inabalável
Diante do real acontecimento?
Isso que nos arrebatará e atravessará a vida
A falar do que em nós muito emaranhados
Além de nós, diz de todo esse mal
Não podemos calar, mas recrudescer!
Poetas em greve, só na rebeldia
Tomando as cidades com poesia
Arrastando o povo com a palavra-isca
Com a melodia das canções
E entendendo o misterioso poder da criação
Tocando ao tempo de cada um seus corações.
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