Eita,
o amor... onde ele ficou que quando vem um "ventim" traz a sensação de bem-querer
pra junto de mim? Se aqui dentro estava caladinho, bastou que eu me revisse no
espelho, me sorrissse, me falasse “eu te amo”, “quantas saudades de você”, “não
se vá, fique, tome um café”. E assim o fiz, um café quentinho com pão e
manteiga. Afago na alma aromatizando a casa.
Então
hoje me debrucei na janela e me conectei à lua, cheia e poderosa me
realinhando, me reabastecendo. Deu vontade de voar pra fora da sacada, pousar
num galho da majestosa árvore ali de fronte e sentir a rajada me invadir e fortalecer
meu espírito.
Aquele
amor, e tudo aquilo que foi inventado junto com ele – o pacote dos produtos
midiáticos – já não fazem parte de minha vida, esta aqui em que me coloco e
decido onde estar e o que importa. Os cd players enfileirados da estante saem das
caixas, dançam sua canção mais suave, projetam imagens que desenham e compõem o
enredo de minha história. Saudades e vontade de seguir em frente.
As
plantas do terraço florescem, os passarinhos cantam, borboletas visitam a casa
e esperanças sinalizam bons tempos. Abasteço a taça com um bom vinho. Beberico
cantarolando quase em balbucio. Entre um gole e outro cato uma palavra e
registro para não correr o risco de no passado esquecer desse momento de
prazer. São orgasmos sequenciados, intercalados de risadas e gargalhadas. Como
é gostosa a minha companhia.
Os
jasmins que me presenteei voltam-se para a rua. Querem ver o movimento lá fora.
É quase clarividente essa experiência de entendê-los em suas vontades. É clara
essa manifestação de força vital que abunda diante de meus olhos. Nunca mais quero sair de mim. Nunca mais.
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