quarta-feira, abril 16, 2014

SANGRIA




Que castigo! Que horror!

Este a que me submeti...

A que sucumbi

E que sem ti, sei, é fato

Vou, eternamente, estar...

 

Não fiquei em ti

Que breve partiu

E aqui se instalou

Deixando-se num fio

Que não desata

Não edifica

Eu desmoronada

Rasa

Um nada de todo não

De todo o não que fomos nós

E só agora enxergo

E me recolho

Nesse vão desmedido

Entre o que achei devermos ter sido

E eu sofrendo por isso


Por isso

 

Um esquisito sentimento

De deslocamento

Desaparecimento

Perda

Tormento

Desassossego esquizofrênico

De despertar para o sofrimento

Intermitente

Teimoso

Premente

Que não para de sangrar nas represas em que me contive...
 
 
 
 

 

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