Na volta para casa, não havia o pôr do sol. Eu tinha ido ali para
pisar com os pés descalços o chão, mas não o fiz. Nem meditei. Nem contemplei
o horizonte. Joguei a bolsa dentro do carro, tirando o peso dos ombros e
entrei, sem muita vontade de nada. Ontem, uma linda borboleta amarela me abria
os caminhos enquanto eu andava. Cheguei a sorrir, não entendi a sua companhia.
Hoje não. Foi epifânico. Engatei a marcha-ré do carro na rua irregular
de barro e de pedras, e na manobra de volta, em direção a minha casa, aproximou-se
do para-brisa do automóvel, acompanhando o percurso, uma libélula. Voou lado a
lado do vidro, orientou o sentido, movendo-se para a sua direita. “Olhava-me
nos olhos”. Isso durou cerca de dois a três minutos. Impressionada eu não
conseguia reagir, continuava a guiar e sabia que aquilo estava a me dizer algo.
Como se não bastassem todas as revelações do dia.
O voo da libélula representa o sopro da mente, e seu olhar de 360
graus diz da visão da mente de enxergar além das limitações do nosso ego. É o
olhar que se dilata alargando-se para a terceira visão que nos interliga às
dimensões e seres superiores.
Quando ela se afastou e sumiu no
ar, agradeci ao universo pela súbita manifestação, reafirmei a crença nos meus guias
e trouxe a minha essência para a superfície, como deve ser.
Especialmente pra tu, Mika Costa, amor lindo, amiga-irmã, florzinha, passarinha !
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