GRAÇA NASCIMENTO
Luto pela mulher que sou
Pela mulher que você é
Luto por nos duas
E pela flor que é mulher
Luto por você que me condena
Você que me acha obscena
E só suspira na emoção
Que sente com a novela da TV
Luto por você que me incrimina
E lambendo esperma por obrigação
Faz a vontade de um cidadão
Que lhe dá um nome
Lhe dá a honra
Lhe garante respeito social
E lhe trata como um animal
Luto por você que me inveja
E me contamina com sua energia
Carregada de covardia e de medo de tentar
Não luto pela menstruação
Pelo parto
Ou pelo hímen
Luto por mim enquanto ser
Luto por mim e por você
Ajude-nos.
Luto pela mulher que sou
Pela mulher que você é
Luto por nos duas
E pela flor que é mulher
Luto por você que me condena
Você que me acha obscena
E só suspira na emoção
Que sente com a novela da TV
Luto por você que me incrimina
E lambendo esperma por obrigação
Faz a vontade de um cidadão
Que lhe dá um nome
Lhe dá a honra
Lhe garante respeito social
E lhe trata como um animal
Luto por você que me inveja
E me contamina com sua energia
Carregada de covardia e de medo de tentar
Não luto pela menstruação
Pelo parto
Ou pelo hímen
Luto por mim enquanto ser
Luto por mim e por você
Ajude-nos.
Graça Nascimento, poeta de Canhotinho,
Agreste Meridional pernambucano
Maria das Graças Nascimento, Graça Nascimento. Assume a pasta de Assistência Social e Cultura da cidade de Canhotinho. Mantém o Espaço Cultural Estação da Poesia, onde no Palco Zeto tem congregado as vozes da poesia desta região.
Mulher à frente de seu tempo, não tem medo de dizer o que pensa. É protegida pela força da poesia.
Adoro esse poema! Lê-lo-ei até tê-lo inteiro na cabeça!
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