quinta-feira, março 27, 2014

ILUS

CAROL CORDEIRO

 
Fonte: Google imagens
 
Tira as roupas peça por peça, em plena praça pública.
Nunca houve show tão inusitado pelas bandas da cidade de pedra.
Despia-se de cada proteção com velocidade de virar de tempo, desfazendo-se também da piedade por perdê-las.
Moços, moças, todos paravam os olhos no espetáculo. Seios, barriga seca, pele e sinais. Púbis, pernas, rosto e pés molhados. Olhava para o nada, sorria de leve, de dor.
Ninguém viu quando chegou, não soube nem houve fim, no frio fim de tarde.
Verônica acabava naquele momento a vida de ser Verônica mecanismo.
Verônica, naquela loucura de revelar-se, de ser pura e derme, virava arte.
 

 
percebi que meia hora, na verdade, é muito pouco tempo.
 

 
Carol Cordeiro, nascida em Taquatinga-DF, radicada em Garanhuns, é funcionária pública dos Correios e uma artista livre de nomenclaturas. Escreve, toca, canta, desenha e fotografa que é uma beleza!

Mantém o blog:  L'oiseau


 

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