quinta-feira, janeiro 30, 2014

EM FIM

                                             
                   "As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo lentamente"
                                                             Mário Quintana                                             
 
 


 Agora estou

Em dor a me parir

Em abandono

O nó
 
A rouquidão

A aspereza penetrando

 
 

Agora estou de novo

Eu forte e fonte

Lágrimas jorrando e peito secando

Do que guardei pra ti

 

Eu, nada mais além de mim

A que não vês

Que de ti não irá se despedir

Nem se despir em alma

Tua tantas vezes tão entregue

 

Agora estou eu

Toda-dor

Eu que saberia um dia vir, ver

Que já não pode se guardar
 
Para o depois cansado de se adiar

 

Sou eu para mim isto

Mão solitária adormecendo

Esperando um tempo

Em que desperta estenderá aceno

Para que outras mãos me encontrem

Mãos que não neguem me tocar.
 
 
 
 
 

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