Somos bruxas
Somos mulheres
E não mensuraram a nossa força
Na hora de nos punir
Por virmos de onde viemos
Não da costela
Não de um Adão
E sim de um útero
Um caldeirão
Fomos geradas
Inteiras
De mulheres
Somos bruxas
Por sermos Mulheres
Beatriz
Amiga, filha
E não imaginaram que na condição
De sermos livres
LIVRES
Da mediocridade
Da patifaria
Conseguiríamos ser felizes
Amar, sermos amadas, parir
Caminhar e voar
Coisa impossível para vermes que se arrastam
E que alastram-se nas latrinas das cidades pequeninas
De janelas entreabertas,
De mulheres em surdina
Cochichando suas vaidades
Suas maldades
Seus silêncios egoístas
“Joga pedra nela!”
“Antes nela do que em mim!”
E onde um Deus todo branco,
Todo santo
Todo perturbador
Todo carrasco
Crucifica as bruxas em praça pública
Em ato público
Em jornais, nas revistas, rádios, televisão
Um Deus coitado...
E VIVA ÀS BRUXAS !
E VIVA ÀS MULHERES !
Beatriz, você sabe
Da vida o que é
Da mulher que te pariu
De nossas verdades
Pois nesta vida carrega uma missão
Onde a dor tem proporção desmedida
Onde só a criação sabe de sua exatidão.
Para uma amiga virtual, Beatriz, que com sua força muito me ensina.
Para uma amiga virtual, Beatriz, que com sua força muito me ensina.
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