terça-feira, novembro 12, 2013

SOMOS BRUXAS



Somos bruxas

Somos mulheres

E não mensuraram a nossa força

Na hora de nos punir

Por virmos de onde viemos

Não da costela

Não de um Adão

E sim de um útero

Um caldeirão

Fomos geradas

Inteiras

De mulheres

 

Somos bruxas

Por sermos Mulheres

Beatriz

Amiga, filha

E não imaginaram que na condição

De sermos livres

LIVRES

Da mediocridade

Da patifaria

Conseguiríamos ser felizes

Amar, sermos amadas, parir

Caminhar e voar

Coisa impossível para vermes que se arrastam

E que alastram-se nas latrinas das cidades pequeninas

De janelas entreabertas,

De mulheres em surdina

Cochichando suas vaidades

Suas maldades

Seus silêncios egoístas

“Joga pedra nela!”

“Antes nela do que em mim!”

E onde um Deus todo branco,

Todo santo

Todo perturbador

Todo carrasco

Crucifica as bruxas em praça pública

Em ato público

Em jornais, nas revistas, rádios, televisão

Um Deus coitado...

 

E VIVA ÀS BRUXAS !

E VIVA ÀS MULHERES !

Beatriz, você sabe

Da vida o que é

Da mulher que te pariu

De nossas verdades

Pois nesta vida carrega uma missão

Onde a dor tem proporção desmedida

Onde só a criação sabe de sua exatidão.




Para uma amiga virtual, Beatriz, que com sua força muito me ensina.


 
 
 
 

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