sábado, outubro 19, 2013

FRAGILIDADES




É inútil sofrer

constatando o frágil amor

existido entre nós

 

das horas entregues nas pontas dos dedos

em prolongadas conversas e poemas

do sentimento tido de irmandade

 

tão frágil foi o seu amor – se foi

embora

eu ainda o ame do jeito meu

 

quem sou eu para intervir

no direito seu de amar

onde queres se jogar

do direito do outro de se dar

a cara, o corpo, a alma

ao toque, sim! à tapa

dar-se a chance ao amor?

 

quem sou eu  para cobrar

a visita a este lar

que antes mesmo de pisar

você sem saber entrou?

 

vem sem me avisar, sem remeter

nem um verso, um recado sequer

e eu fecho os olhos

em oração desejo

que a poesia te proteja

porque sem este cordão

entre o divino e o profano

sua vinda é algo insano

não tem nada de sagrado

lastimando, sei,  és usado

e eu em nada, nada me engano

nisso de tudo sentir

que seu amor foi frágil

(ou fraco?) e muito intencionado

em me cativar, assim tão poeta

tão amável

para no vácuo sumir.

 
 
***


De algo comum no mundo das artes...
 

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