Contínua. Sempre em
movimento corria. Ocupada, vivia seu tempo contra ele próprio. Realizava
inúmeras atividades, todos os dias. E se preenchia de mais tarefas, trabalhos, o
que lhe satisfazia.
O homem, de longe, a admirava.
Amava-a acompanhando a sua dança, seus passos, suas realizações. Achava bonito
uma mulher ser assim dinâmica. E a seguia, com olhos de pedinte, de cachorro
magro, gato safado esperando o momento propício para esfregar-se em seus
tornozelos.
Ela não o percebia. Ele, em
espera, a reverenciava. Aproveitava a brecha no sorriso. O ombro descoberto. Numa noite
fria, oportuna visita. Necessário descanso. Do trabalho. Das obrigações. Dos
amigos. Da família. Uma noite seria suficiente. A mulher permite o calor. O
homem se deleita. A madrugada estende-se. A música compõe o cenário. E a mulher
entrega-se, despudoradamente.
Os movimentos, externos,
voltam-se pra dentro. O homem torna-se íntimo, tão íntimo que a teme. A mulher,
antes vento, voltando-se tão para dentro explode. E o caos se faz presente, e
tudo recomeça. Renova-se.
A mulher. O movimento. O
trabalho. As amizades. As crias...
O homem distancia-se.
Findo amor.
Garanhuns, 25 de julho - 6 de outubro 2013.
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