Eu poderia dizer que volto para
casa por causa do feijão da minha mãe. Do seu colo e carinho. Pela proteção que
aqui encontro. E tantos outros motivos e sentimentos. Contudo, nessa volta para casa o que tenho
é cheiro de terra molhada em dia amanhecido em neblina. É bicho solto revirando
o lixo entulhado no pé do muro de frente à varanda, e o silêncio como único
ruído de minhas manhãs.
Na volta pra casa tenho no domingo
o aroma das frutas e verduras misturadas pelas ruas de trás de minha casa, e as
passadas saltitantes de minha filha, que segura a minha mão com sorriso de
orelha à orelha por simplesmente passear na feira livre. Na volta pra casa
retiro do armário o casaco, em dia quente, e recordo o clima frio e o vinho a
temperar madrugadas e tardes aconchegadas no calor do meio-dia.
Daqui, com os olhos de minha
alma, vejo de todas as janelas de minha casa as colinas. Os vizinhos sentados
na calçada. O leiteiro batendo em minha porta. Meus rasantes nas ladeiras da
cidade, e a buzinada embaixo da casa de Mika, gritando junto à minha filha
Júlia: Mikaaa!!! Geibsonnn!!! para reforçar à rua de nosso desespero e amor
pelos dois amigos.
Na volta pra casa sinto a maresia me convocando, exigindo minha presença, e uma força se restabelece. Assim, me
vejo aos pés do mar, em passo firme, ar me limpando, o universo inteiro agindo
dentro de mim. E o templo se abre, resplandece,
só luz emana, cega o incrédulo, dialoga com quem está em prece.
Volto pra casa agora, já não mais
a de ontem, em turbulência, mas a que caminha no instante aqui-já, tateando o
ar, saboreando o que está para tocar os sentidos do que podemos exprimir. Nessa
volta para casa, a casa que lapidei, fortaleza aberta sem muralhas, receptiva,
arejada e calorosa, a casa que abençoa o que traz boas novas e que bendiz as
costas do inimigo que parte, sou paz e fiel à força universal - mãe de todas as
coisas, energia criadora, cuidadora e justa.
Retorno a casa. Estou em mim.
"Sei que teu rio vai seguir sempre pro mar
ResponderExcluirE desviando o que possa te parar
Somente à vida o teu ser belo se rende"
(Graça Nascimento - Reich Explica)
... eu ainda não aceito certas coisas da vida, aceito-a (a vida) apenas do jeito que é(contraditório né.
Nem consigo mas pensar em algo que eu já não tenha dito. Só sei pensar que merda são essas peças que o destino prega na gente... gente fraca e de coração velho como eu. Tem nada não, tem nada não, já estou me deixando levar por isso, já aprendi a aproveitar cada minutinho como um instante único!
Você foi um instante único que eu aproveitei intensamente, mas eu confesso que queria tanto voltar certos acontecimentos. Queria ter a chance outra vez de conviver contigo, estar perto de verdade, poder te ver quando der vontade... mas Quem sabe o amanhã achará um jeito de sossegar meu coração!
Agora eu só tenho a agradecer a tê-la em minha vida, de ter a deixado entrar no meu mundo encantado. Aceito o que Ele me der, o que Ele me proporcionar, pois acredito que ainda tem muito por vir, lindos e loucos momentos passarão comigo e contigo. Mas em algum lugar e num determinado tempo, estaremos juntas, mesmo que por um dia inteiro ou uma hora apenas.
Vou estar sempre aqui - não parada no mesmo lugar - a te oferecer o melhor de mim, a ser completamente alma, esperando-te bater asas no céu do meu lugar.
... o que seria de mim sem o amor... sem o amor pelo que é a vida, incompreensível e assustadora? Acho que seria não sentir a sublime felicidade que as coisa belas e boas podem nos proporcionar. Então... te amo!