terça-feira, dezembro 04, 2012

COSTUMES


Imagem capturada do blog




Eruditas foram as suas manhãs
Ao som do piano
Sob o cheiro dos brioches
Servidos sobre fina renda
Ornando a mesa
E do aroma do sabonete no lavabo

Eruditas foram suas tardes
Talheres de prata à mesa
Tinindo
Delicada porcelana
Guardanapo de mil fios ao colo
Requinte no servir

Eruditos seus chás
E biscoitos com sequilhos
Visitas marcadas com antecedência inglesa
Mulheres obedientes
Farfalhando suas vidas sem sentido
Sem delas se servirem

Até que um dia
No passeio público
Avistou um cão vagabundo sem dono
Remexendo um lixo escondido
E, de súbito,
Descobriu-se também afeita daquele lixo
E deliciou-se mundanamente
Fazendo-se livre 

 
***
 
Escrevi o texto acima entre 2010 e 2011. Foi inscrito e selecionado no Concurso de Poesias da Biblioteca Pública de Afogados no ano de 2011 (ver aqui: http://bibliotecapopulardeafogados.blogspot.com.br/p/12-concurso-de-poesias.html) e teria a premiação em livros, entregues em cerimônia ainda sem previsão dos organizadores, o que deixa brecha no artigo do regulamento quando informa:

"Art. 7º O resultado do 13º Concurso de Poesia da Biblioteca Popular de Afogados será divulgado no mês de setembro de 2011 no Diário Oficial e no Blog bibliotecapopulardeafogados.blogspot.com . A data da cerimônia de premiação será divulgada após o resultado oficial."  O QUE NÃO ACONTECEU.
 
Como a poesia não pode esperar, e é LIVRE, aqui está o poema há muito guardado, esperando ser compartilhado.
 
Já encerrando o ano de 2012 e nenhum retorno de ninguém da organização do concurso (deste e do de contos, ocorrido no mesmo ano e promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife) resolvi postar na minha página do facebook uma carta aberta pedindo informações aos meus contatos sobre a tal premiação, pois nenhuma atenção ainda foi dada aos que enviaram seus textos inéditos ( quem escreve sabe o que é liberar um texto para um concurso) - crendo nos resultados da seleção destes para as coletâneas.
 

Essa é a minha manifestação pública de REPÚDIO pelo tratamento desatencioso (para não usar outro termo) dado aos escritores que participaram das edições 2011 dos concursos de Poesia e de Contos promovidos pela Prefeitura do Recife, a minha cidade que muitas vezes me mata de vergonha!

 

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