quinta-feira, dezembro 16, 2010

ESTEREOTIPADA


Carregava a marca da indiferença na alma. Não importava o que tivesse vivido. As agruras. O quanto e como fora violentada. Nem uma pessoa sequer a compreendia. Pior! Ela era um vazio para todos. Ela, tão cheia de si e de outras iguais. Ambulante enciclopédia das que lhe falavam.
As mulheres com suas bandeiras hasteadas agiam como suas rivais e facilmente tratavam-na como alguém desigual.
No fundo achava que era. Havia sofrido, mas não perdido o brio. Sentia-se orgulhosa por isso.
Habitualmente, pagava a um massagista para “surrar-lhe” por algumas horas.
 Dizia:
“Mereço cuidados”.
Morreu com estereotipia.

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