Foto de ipt.olhares.com/data/big/77/777141.jpg
Duas meninas franzinas. Apáticas. Alheias. Atentas ao toque da campanhia do recreio. A aula de artes não lhes seduzia. Os jogos matemáticos não tinham nenhuma razão. O Português não fazia nenhum sentido. A hora do intervalo era-lhes sagrada. Esperada. Jamais desperdiçada.
A escola não possuía brinquedos. Nada de escorrego. De quadra. De balanço. De gangorra. Aliás, suas vidas é que não possuía equilíbrio algum. Certeza, só a do caminho percorrido. Andavam 4 quarteirões. Sob sol a pino. Todos os dias. Para chegar à escola. Ansiavam o recreio. Nem ônibus. Nem bicicleta. Nada de condução. Expresso canelinha. Andavam de sandálias. Confortáveis. Nenhum calo nos pés. Quem não as visse no recreio diria serem aplicadas. Esforçadas para o estudo. TODOS OS DIAS iam à escola.
Corriam ao som do drimmm para a fila do lanche. Tomavam o seu café reforçado da manhã às 10h. Repetiam. Guardavam metade na sacola plástica onde levavam o material escolar. E ao meio dia retornavam os 4 quarteirões com os chinelos confortáveis nos pés, sem calos, dedos de fora, ventilados, expresso canelinha, para alimentar os irmãos menores em casa.
Forte, duro, belo. Ando gostando da exploração da palavra corrida por aqui, até a próxima, querida.
ResponderExcluir