TERAPÊUTICA
- O amor acaba?
- Não. Ele se transforma.
- E como faz?
- O quê?
- Para acabar a dor?
- A dor não acaba. Ela fica guardada dentro da gente. Cabe a nós mantermo-nos ocupados. Despistá-la. Ela pode ser ativada a qualquer momento, e isso independe de nós. Se ela aflorar, chore. Sofra. Mas não dedique muito tempo a isso. Viva. Trabalhe. Ocupe seu tempo.
- E o amor?
- Ame à distância. Assim você deixa-o livre para fazer as suas escolhas.
- Difícil aceitar as escolhas, né?!
- Difícil é mudar. Mas, se a gente n fizer isso, a gente sofre. A gente sofre de todo jeito. Sofre antes da aceitação. É como se a gente tivesse matando algo dentro da gente, algo vivo, por isso tanta dor.
- Quando será que vai passar?
- O quê?
- Essa falta? Essa dor...
- Preserve-o. Pense nele como uma oração. Um momento só entre você e uma força maior, que entende o que se passa em sua alma. Respeite suas escolhas. Emane sentimentos positivos para ele. Assim você também estará alimentando-o, sem estar diretamente envolvida em sua vida.
- Isso é possível?
- Tantas vezes quanto o número de vezes que você já inspirou e expirou ar de seus pulmões. Um exercício de disciplina, que no hábito torna-se involuntário, e quando você percebe, já está amando sem tanto sofrimento.
- Parece confortante.
- Você sentirá, inclusive, algum prazer nisso.
- Começo a simpatizar com a ideia, mesmo sentindo saudades.
- A saudade é um álbum aberto, uma oportunidade de visitar o passado em tempo paralelo, porém há de se tomar cuidado com ela. Mas uma coisa é certa, não há quem sinta saudades do que não ame.
Verdade
A sessão acabou
Adorei as definições
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