Imaginou-a no altar. Mais que isso. Na copa. Fazendo-lhe as refeições. Ela também. Em seus piores momentos tinha esses pensamentos. Cozinhar. Lavar. Passar. Cuidar... dele, das coisas dele, da casa para ele, de si para ele. Como uma mãe. A mãe dele.
Imaginou-a, a princípio, dedicando-lhe amor. Depois o seu tempo. Não demorou muito, queria que fosse dele a vida dela. Desejou filhos. Regou-lhe a flor todos-os-dias. Mas, para ela, o que lhe era dado bastava. Era o bastante a sua jornada cotidiana. O relógio matutino. O coletivo lotado. O cartão para bater. O almoço c-r-o-n-o-m-e-t-r-a-d-o. O retorno a sua lida doméstica in-can-sa-vel-men-te.
Imaginou-a ao alcance de seus olhos, mãos, boca e pêlos. Só para ele. Só.
Ela cansou de seus delírios.
E viu que não valia a pena viver para ele! Lindo!!Adorei!
ResponderExcluirIra sadia e poética enxuta.
ResponderExcluirPonto! Amo.