sexta-feira, agosto 07, 2009

À ADRIANA DE CASTRO

A partir de hoje
Estou órfã
Órfã de sua fidelidade
De sua alegria
Sua intensidade
Órfã de sua retidão de caráter
Sua justiça, seu sentimento entregue aos seus
E, sobremaneira, a seu amor

De sua dignidade
Órfã da humanidade que só existiu em você
Da irmã, da confidente
Da sua repugnância à hipocrisia
De seu feminismo!

Fiquei vazia de um afeto dispensado tão somente a ti
Fiquei órfã do ombro, do abraço
De suas palavras incisivas
De tudo o que considerei mais límpido na alma de alguém
De seus desejos, sua fome

Órfã de sua prosa e de seus poucos versos
Da poesia em suas letras
Dos carinhos que destes à minha filha
Do seu impulso
Da sua certeza e da sua dúvida
E de toda a sua vontade de viver

***

Seu lugar desocupado no espaço matério permanece preservado na alma, e dono de todo lugar em que eu pensar em você.

Em 05/08/2009

3 comentários:

  1. Márcia,adorei os poemas feitos para Adriana. Estão realmente enquadrados em sua personalidade! Apesar de tê-la conhecido tão pouco e não ter aproveitado esses espaços tão nobres q a ti foi dado conhecer....bjs!Fica bem.
    Andrea Castro

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  2. Parabéns, lindo de morrer. Um abraço
    Adenílsia Mendes

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  3. LAMENTO LER UM POEMA TÃO BONITO
    Fernando Farias

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